Últimas quentinhas dos correspondentes especiais em Roma

Ontem tivemos uma noite longa. Deu tudo errado mas no fim deu certo. Como havíamos dito anteriormente, para economizar uma diária, compramos uma passagem de trem na madrugada , que sairia de Veneza às 3:11 da madruga e chegaria às 9:30 em Roma. Aguentar ficar de pé depois de um dia de caminhada, chegar na estação às 20:00 e permanecer ali na estação foi mais osso que pensávamos. Para aguentar o tranco da viagem, contratamos pela internet, aí no Brasil quando a viagem estava sendo planejada, a seguinte acomodação do trem: Vagone letto deluxe Doppio. 

Porém, quando o trem chegou a acomodação que recebemos foi: Dormir no chão do corredore Pobrio. :) Isso mesmo, tivemos que dormir no chão do trem de Veneza a Bolonha, por causa da confusão que fizeram com as vendas de bilhetes pela internet. Tentamos discutir com o agente do trem, mas não adiantava, não tinha vagas para a acomodação leito. Se continuássemos a insistir pelo leito, teríamos que ir no próximo dia. O jeito foi ir embora. A Preta sofreu mais que eu. Homem é mais desleixado, cai em qualquer lugar, aninha e puxa a palha. Ela, coitada, não conseguiu dormir como eu, só cochilou. Como estávamos no corredor e o trem lotado, quando o pessoal ia pro banheiro, saiam trombando na gente, nas malas, pisando… duro. Depois de Bolonha, um pessoal desceu e deu pra ir pra uma cabine dividida com mais 4 pessoas. Foi menos ruim. Depois de Florença, só ficamos nós dois na cabine, e ai deu pra tirar uma foto.

Chegamos quebrados em Roma. O check-in do Hotel era 12:00 e ainda eram só 9:30. Mesmo assim, fomos lá, pedimos pra deixar nossas malas na recepção e fomos tomar um café e fazer uma baciada no supermercado. :) Voltamos e ficamos na sala de espera do hotel. Como o recepcionista não aguentou a bagunça que estávamos fazendo ali, liberou um quarto pra gente 11:30. Foi a glória! Tomamos banho, descansamos um pouco e fomos planejar nosso dia. O hotel é bem bacana, recomendação dos dindos Bruno, Lu, Dilsin e Gisleide. Poderia só ter o banheiro maior!

Saímos por volta das 14:30 e decidimos conhecer o Vaticano primeiro, pois amanhã é dia de missa e não se pode entrar em um monte de coisa lá. Lá é muito bonito, as construções impressionam pela arte e pelo ouro! A capela de São Pedro é bonita sem base. E fila novamente, quase não tem.

Diga aí, onde está o AdermanUoli? :)

Andamos bastante e vimos muita coisa bonita. Porém ver isso tudo nos faz refletir como conseguiram construir todo aquele império. Triste pensar na manipulação das massas para o conforto de poucos. Inquisição, cruzadas, guerras santas, catequização para controlar o relacionamento dos índios americanos com os europeus, a pedição de dinheiro que os evangélicos modernos fazem hoje, que não tem a ver com as construções que estamos vendo, mas continuam com métodos de manipulação das massas. A religião da manipulação e a que Jesus viveu são totalmente opostas!

Percebe-se que continuam poderosos, mas parece que não tão influentes como antes. Sabe porque acho isso? Pode dizer: e daí, de que vale a opinião deste cabeçudo e partir pro próximo parágrafo. Saímos da área do Vaticano e continuamos a rodar por Roma. Da mesma forma que os edifícios religiosos estavam cheios, as pessoas que estavam ali, saiam e iam para as ruas do consumo. Estas ruas estavam tão cheias ou mais. Lojas de alto nome como Dior, Prada, Gucci e outras estavam abarrotadas de gente. Hoje a manipulação maior parece não estar nas igrejas, mas sim no consumo, por meio da moda, por meio da mídia. E ao mesmo tempo que nos vemos como consumidores de marcas, temos que começar a procurar um equilíbrio, senão o trem vai ficar feio. E sim, claro que eu me encaixo nisso.

O mundo está globalizado e todo mundo está fazendo as mesmas coisas. Tem se o preconceito de que as brasileiras andam peladas, mas tá o mundo todo andando assim. O que se veste aí, se veste aqui, e apresenta o mesmo status. O que se come também. Nos mercadinhos, que foram nossa salvação pois é muito mais barato, conhecíamos mais da metade dos produtos, pois as marcas são mundiais. Continuam as teorias conspirativas, vá pro próximo parágrafo logo! Já são mais de 23:00 hrs aqui e sei lá se eu vou escrever mais sobre isso. Só sei que a luz tem que acender nas nossas cacholinhas pra repensar sobre o que está acontecendo ao nosso redor.

Por fim, fotos!!! Ver coisas bonitas, diferentes, nos dá a sensação de como viajar é gostoso. Sem contar as pessoas! Conhecemos ontem na espera do bendito trem, um casal holandês, dois mochileiros argentinos e na chegada aqui um casal de Joinville. Quem nasce em Joinville é o que? O povo que viaja é bem aberto a bater papo, contar experiências, dar dicas. Bem legal.

Boa noite!

Ps. Depois de uma noite doida como anterior, que saudade do nosso apto!

Ps2. Deus cuidou da gente de novo, como sempre. Ele é maravilhoso, não estamos aqui num quarto confortável, até com ar condicionado? Obrigado Senhor! :)

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6 respostas para Últimas quentinhas dos correspondentes especiais em Roma

  1. Manos manos!!!
    Socorro!!!
    Estava lendo o post acima e de repente as marcas Dior, Prada e Gucci! Não consegui pensar em mais nada! Só nas bolsas e roupas! Ai! Eu quero!!!! Hahahahahahahahaha
    Tive q me concentrar muito pra ler o resto!
    Que horror!!!
    Ah! Coitados! Dormiram no chão!
    E lá vem a mala da Gucci na minha cabeça!

    • aderman disse:

      hahahhahahahahhahahaha
      É o poder da propaganda, “compre batom, compre batom, seu filho merece batom!”
      Tô querendo um batomzinho agora! :)

  2. Ivanete disse:

    Passar uns apertos faz parte!!! hehehehe, no total o saldo é muito positivo! Beijos! Love yous… hihihihi

  3. Bela disse:

    3 dias depois…
    nossa, essa sua reflexão tinha que estar mais presente na cachola das pessoas.
    Fico pensando no tema “Liberdade”. Num mundo onde todo mundo faz as mesmas coisas, veste e come o mesmo, onde está a escolha realmente? A propaganda é o produto que mais move dinheiro no mundo – não a luta contra a fome, a miséria, a saúde, o planeta. É duro. E fazem tudo pra dizer pra você: “você está escolhendo isso porque você é livre pra fazer o que quiser, viu?” gondó puro! É uma lavagem cerebral em massa. A gente tem que se cuidar, como disseste.
    Penso também num post que você colocou falando que os africanos, acho, que usam roupas típicas é que são esquisitos. Roupas típicas? Prest’enção! Gente, os costumes do povo viraram roupas típicas! engraçado. Ai, se você pensar que lá na Africa pobre o povo só veste as roupas doadas dos americanos, e que isso virou um comércio – um grande brechó de roupas usadas, ai vc pensa que as roupas do pais são típicas mesmo. Mas, num é pobre que usa não. Como diz o Gari, “para o mundo que eu quero descer!”

    Fico pensando também no que Jesus disse: “você não pode servir a Deus e ao consumo” – parafraseando.

    Recomendo um vídeo aqui, da Sônia Hirsch: http://www.tvcultura.com.br/provocacoes/programas/1568 (são três partes do programa, mas a playlist tá invertida: parte 1, 3 e 2). Você tem que assistir, Cabeçon. Essa mulher fala de saúde, e diz que a saúde é subversiva porque não dá lucro pra ninguém. O tema, apesar de diverso, é o mesmo.

    Beijos e muitos pensamentos na cachola!

    • aderman disse:

      É verdade mana. O video verei em BH.
      Outra coisa que pensei, é o quanto de dinheiro o povo hoje entrega na igreja, e o quanto tem coragem de deixar numa loja dessas.
      As pessoas podem até visitar essas os prédios das igrejas, pagar 10 euros, comprar algum souvenir, não chegam a gastar 40 euros.
      Nessas lojas da moda, não tem camiseta simples a menos de 40. E gastam rios!
      Duris.

      Inté!

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